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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Opus 35

À beira do rio caminho

E aproveito para pensar

No rumo que teimo trilhar

Sozinho.

Reparo com curiosidade

Na paisagem que difere

E a minha lembrança fere...

Saudade.

De mim, de ti, de nós

A poder ainda brindar

De à luz da lua beijar

A sós.

De ter confiança

De brincar e sorrir

Saudade de me sentir

Criança.

Saudade de ser assim

Não sabendo porquê

Saudade de quê?

De mim.

Falta cumprir o que diz

A cartilha do viver:

Ainda me falta ser

Feliz.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Asgard Tão Perto


Entrei num mundo perfeito
Onde tudo me era familiar,
Caminhei do meu jeito
E a Asgard fui parar.
Vi deuses entre a bruma
Senti seu trato imperial,
Provei as maçãs de Iduna
E fiquei Imortal.
Senti-me forte como um touro
Ao encarar os meus medos.
Lavei-me no Rio de Ouro
E descobri os seus segredos.
Senti-te a meu lado
E peguei na tua mão.
Renunciei ao passado
E te abri meu coração.

Naveguei sobre um mar fundo
Inatingível pela nossa mente
Deixei este nosso mundo:
Fui Siegfreid. Novamente!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vila Real


Através de mares bravos
Mares bravios e sinuosos
Mares de penedos perigosos
E de rochedos escarpados
A tripulação, coitada, não finge:
Toda ela se aflige

O Marão qual Adamastor
Surge solene a vista humana
Causando enorme terror
Terror esse que nos manda
Para o "Reino Encantado"
Por El Rei Trovador criado.

No Alto do Espinho alguém grita:
"Terra a vista! Terra a vista!"
Então a tripulação acalma
A sua alma fica alva
Numa paz jamais vista
Ao ver o reino que já dista.

Esse reino cada vez mais perto
Qual oásis a meio do deserto
Éde muito nobre descendência
Filhos nobres é a sua tendência
Do guerreiro Carvalho Araújo
A Diogo Cão, o bravo marujo.

Berço do Sargento Pelotas
Também de Alves Roçadas
Nele Camilo se ficou
Em sua beleza fenomenal
Também D. Dinis se enfeitiçou
E por isso lhe atribuiu o Foral.

Tu oh cidade condal
Das mais importantes do nosso Portugal
Orgulhas-te dos condes de Mateus
E dos nobres feitos seus.
Também da D. Maria de Lurdes Amaral
Essa mulher de coragem sem igual.

Pérola do Marão
E princesa do Douro
Os vindouros te venerarão
Pelo teu reino duradouro
Terra de encanto sem igual:
Terra de Vila real!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Richard Wagner (1813-1883)




Nenhuma melodia me diz tanto quanto esta. Melhor, nunca nenhuma melodia me disse tanto quanto a do “Idílio de Siegfried”. Este idílio enquadra-se perfeitamente naquele estilo wagnariano que todos os amantes de música aprendem a reconhecer e a apreciar: melodias intensas e ao mesmo tempo de uma subtileza quase desconcertante e de um romantismo de fazer corar o mais duro e frio dos corações. Richard Wagner nasceu na “oriental” cidade de Leipzig em Maio de 1813 e não nasceu tanto alemão quanto gostaria porque na altura a Alemanha não passava de um monte de retalhos que mais tarde Bismarck haveria de cozer e fazer nascer assim uma grande obra de tapeçaria chamada “Império Alemão”.

Esta inspiração nacionalista aliada a um profundo interesse pela mitologia germano-nórdica, influenciou decisivamente a obra de Wagner. A sua obra-prima, a tetralogía “O Anel dos Nibelungos” é o exemplo mais flagrante. Com esta obra, Wagner pretende deixar a nu os defeitos quase “humanos” do panteão nórdico, principalmente do seu deus supremo Odin (representado por Wotan durante a obra) que graças à sua avareza e falta de palavra haveria de levar à irremediável destruição do mundo dos deuses no dia do crepúsculo (Götterdämmerung) e assim dar lugar ao mundo dos mortais. Esta obra serve também para homenagear o grande herói Siegfried, uma espécie de Aquiles nórdico que apenas foi vencido pelo seu ponto fraco. A Tetralogia divide-se nas seguintes óperas: “O Ouro do Reno” (Das Rheingold), “A Valquíria” (Die Walküre), “Siegfried” e finalmente “O Crepúsculo dos Deuses” (Götterdämmerung).

Ideologicamente, Wagner é, ainda hoje, uma personagem polémica. A sua postura anti-semita granjeou-lhe a fama de “primeiro Nazi da história”, cerca de 80 anos antes de Adolf Hitler. Nas suas óperas “Parsifal” e “Os Mestres cantores de Nuremberga” (Die Meistersinger von Nürnberg) é visível essa sua posição, sendo a abertura da segunda utilizada por Hitler como música de fundo para a propaganda Nazi. Segundo esta interpretação, Mime e Alberich em "O Anel dos Niebelungos" e Kundry e Klingsor em “Parsifal”, são caricaturas anti-semitas. Mime diz "Eu tenho o maior cuidado para esconder hipocritamente os meus pensamentos íntimos". A figura de Mime, o seu próprio nome (mime, mimetos significa "imitação" em grego), deveriam sugerir a ideia de que os judeus só são capazes de imitar e que corrompem a linguagem. Albericht sonha com o poder. Ambos perecem miseravelmente. O Anel dos Niebelungos, embora sua a acção não seja ligada ao Cristianismo, é interpretado como uma ilustração do desenvolvimento anterior, presente e futuro da humanidade, usando elementos da mitologia nórdica, traçando vários paralelismos com livros da Bíblia como o Génesis (equivalente à ópera O Ouro do Reno) e o Apocalipse (equivalente à ópera O Crepúsculo dos Deuses). Esta posição faz com que a obra wagneriana seja recusada por uma das mais célebres orquestras mundiais: A IPO (Israel Philarmonique Orchestra).

Quando Richard Wagner morreu, em Fevereiro de 1883, o mundo da música perdeu um dos seus maiores génios que, simultaneamente, foi compositor, poeta, ensaísta e inventor.

Polémicas à parte, o mundo da música agradece o seu contributo!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A ultima vez

A ultima vez

Anda, vem te sentar
Aqui junto a mim,
Não temas por te amar
Porque jamais deve assustar
Quem ama alguém assim.

Dá-me a tua mão
Cuja alva doçura
Me tocou no coração,
Tirando-o do chão
Enchendo-o de ternura.

Partilhemos derradeiramente
As nossas angustias e preocupações,
Porque um dia, verdadeiramente,
Tentando findá-las para sempre
O fizemos lavando nossas desilusões.

Nossas mãos estão unidas
E sentem que pela ultima vez
Serão, uma pela outra, aquecidas.
Nossas caras jamais serão esquecidas
Meus olhos embaciaram, como vês.


E para sempre te recordarei
Toquemo-nos, por fim com fervor.
Eternamente em mim guardarei,
O momento em te que beijei
Pela última vez, meu amor.

terça-feira, 17 de junho de 2008

O Bairro dos Retornados

O Bairro dos Retornados

No Bairro dos Retornados
Há, lá, destinos trocados
Há corações sem amar
Há mulheres a chorar.

No Bairro dos Retornados
Há sonhos abandonados.
Há crianças que não brincam
E há pássaros que não cantam

No Bairro dos Retornados
Há anjos assassinados
Existem árvores nuas,
Há tristesa pelas ruas.

No Bairro dos Retornados
Contam-se os belos passados,
O que por terra deixaram,
E os que por lá pereceram...

Os passados recortados
Querem-se tentar juntar,
Querem-se recomeçar...

...No Bairro dos Retornados

sábado, 17 de maio de 2008

Fantasia Primaveril

Quando a Primavera partir
Os olhos abrirei,
Ver-te-ei a sorrir
E contigo ficarei...
Contigo caminharei.

E nas ondas do mar
Contigo a meu lado,
Deixarei de sonhar
Ficarei realizado.

Quando a Prinavera passar
Ouvirei o que ela me diz,
Sim, a irei escutar.
E que nem um aprendiz,
Morrerei feliz.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Opus 26

Opus 26

Olho à minha volta,

E vejo sombras do passado

Não vivido e indesejado,

Passado que me revolta.


Onde antes via verdes prados,

Hoje vejo chamas flamejantes

E povos beligerantes

Que da guerra são culpados.


E se outrora a flauta pastoral

Espalhava melodia d’encantar,

Hoje explode vibrantemente no ar

A belicosa trombeta infernal.


O que mais me custa sentir,

É que sou pequeno e impotente

Para conseguir mudar a corrente

Que o mundo ameaça seguir.


E porque me custa olhar em frente

No meio deste vendaval?

É porque eu continuo igual,

O mundo é que está diferente...


Para quem gosta de poesia, aqui ficou uma das minhas obras mais recentes.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O início

Bem, na verdade já andava à algum tempo para criar um blog pessoal, acontece que tenho medo de não ter assunto para o "alimentar".
Será este um blog de História? Ou de Poesia? Ou de Futebol? Ou de música? Na realidade tentará ser um pouco de tudo, assim me sobre engenho, arte e tempo de modo a dar a conhecer o meu mundo, que vai exactamente do meu quarto até Asgard!


(não sei porquê mas a música que escolhi para aparecer na página não dá para aumentar o volume :S)